Evento organizado pela Casa Fiat de Cultura levou visitantes aos prédios mais importantes do circuito cultural. BH fará 125 anos em dezembro.
Os 125 anos de Belo Horizonte, que serão celebrados em 12 de dezembro, já estão sendo comemorados na capital: neste domingo (13), dezenas de pessoas participaram de uma imersão na história da criação e da fundação de BH, por meio de visitas aos prédios mais importantes da Praça da Liberdade, no Funcionários, na região Centro-Sul da cidade.
A aula-passeio teve início na Casa Fiat de Cultura, que funciona onde, antigamente, era o antigo Palácio dos Despachos, imóvel que abrigava as atividades administrativas do governo do Estado. A visitação, inclusive, foi organizada pela equipe educativa da instituição. Na Casa Fiat, os guias apresentaram aspectos estéticos e temas da obra “Civilização Mineira” (1959), de Cândido Portinari – que fica em exposição permanente no hall principal do espaço cultural.
A obra retrata a cidade de Ouro Preto, quando ainda capital das Minas Gerais, passando para as figuras de Tiradentes – estampado como alferes, e também padre Toledo – ativo personagem da Inconfidência Mineira, e figuras civis da sociedade mineira até a imagem da capital nos anos 1950, com prédios limpos e muitos pássaros nas fiações de energia, numa clara alusão à liberdade.
Palácio da Liberdade
A visita seguiu rumo ao Palácio da Liberdade, projetado pelo arquiteto, engenheiro e geológo José de Magalhães, que era o chefe de arquitetura de Aarão Reis, responsável pela comissão que construiu a Cidade de Minas, em 1893, e que foi batizada em 1901 como Belo Horizonte. A fachada imponente do Palácio da Liberdade, que mistura estilos com predominância do neoclássico – inaugurado em 1897, é marcada pela imagem da alegoria que remete à estátua da Liberdade, símbolo dos Estados Unidos. Ao redor, na Praça da Liberdade, os prédios construídos para compor as administrações do governo seguem estilos que vão do art decô ao modernismo de Oscar Niemayer.
É emocionante ver como a história aqui em Belo Horizonte é respeitada e preservada. A população de Minas tem atenção e zelo com sua história. Em São Paulo não tem esse cuidado com o patrimônio cultural”, ressaltou o professor de inglês paulista Thiago Pinto Nogueira, de 39 anos, que aproveita o feriado na capital.
Palácio da Liberdade
O próximo momento da visita levou aos jardins do Palácio da Liberdade, que abriga um orquidário e ainda um coreto todo feito em madeira e cipós, em estilo inglês, mas projetados pelo francês Paul Villon. “É a primeira vez que faço a visitação e acho muito importante a preservação e o conhecimento da história de Belo Horizonte e Minas Gerais”, comemorou a estudante Anne-Marie Oliffson, de 16 anos. A aula-passeio terminou numa galeria com fotos dos primeiros anos da capital até os dias atuais e também com a projeção, no cineminha, de um filme de cinco minutos que nos faz viajar em imagens originais do inicio do século XX até hoje.
A historiadora e educadora do programa educativo da Casa Fiat de Cultura, Ana Carolina Ministério, celebrou a disposição do público, especialmente depois do período de afastamento por causa da pandemia da Covid-19. “As pessoas mostraram um grande interesse em explorar a história de Belo Horizonte a partir da visita dos espaços urbanos. Aprender a história da cidade na própria cidade, vendo os edifícios deste centro histórico é privilégio na comemoração dos 125 anos da capital”, afirmou.
Novos passeios
Além do passeio pela história, que acontece uma vez por mês, o programa Educativo da Casa Fiat de Cultura tem outras atrações. De acordo com a instituição, no próximo dia 27 de novembro, no Programa Encontro com o Patrimônio, será realizado um passeio pelo afro-patrimônio da capital, com visitas a espaços ligados à população negra, como o largo do Rosário e as comunidades quilombolas em contexto urbano, a festa do Preto Velho, e famosa festa de Iemanjá, na Pampulha.
Já no dia 8 de dezembro a programação terá foco nas lendas urbanas de Belo Horizonte: na lista, a história de Maria Papuda, da Loira do Bonfim e do fantasma da Serra. Terá ainda um passeio a pé pelo corredor cultural da rua da Bahia, começando pelo desativado Othon Palace – local onde era o bar do ponto, que nas décadas de 1920 e 1930 era área de encontro de escritores e intelectuais como Carlos Drumond de Andrade e Pedro Nava. O passeio também vai mostrar antigos edifícios que ainda existem e também os espaços que hoje são ocupados por predios modernos.
Não perca as oportunidades. Todas as atividades são de graça. As inscrições para participar devem ser feitas no site Sympla.
Via: https://www.otempo.com.br/cidades/passeio-guiado-pela-praca-da-liberdade-inicia-comemoracao-de-aniversario-de-bh-1.2765873
